manifesto | 16. 12. 15 > 05. 02. 16

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 manifesto | 16. 12. 15 > 05. 02. 16

Decidi seguir esse ano fazendo a seleção de artistas e obras eu mesma, juntando artistas da galeria com nomes que encontrei mundo afora. 2015 foi um ano difícil, com muitos problemas políticos, econômicos e ambientais em todo o mundo. Por isso, decidi concluí-lo com uma mostra coletiva, como nos antecedentes, em nota positiva para contrapor acontecimentos recentes da maneira que melhor entendemos: manifestando a arte.

 

Neste ano participei em duas feiras no Brasil, SP Arte e ArtRio, e duas no exterior, como a Art15 em Londres, e a Pinta em Miami. Elas me proporcionaram bastante prazer, pois pude expandir meus horizontes, expondo para um público internacional composto de colecionadores, instituições, galeristas e artistas. E por estas oportunidades, encontrei artistas que hoje participam da exposição MANIFESTO.

 

A proposta dessa exposição é juntar artistas do acervo da galeria, contrapondo com os novos, para expor tendências e linguagens de diversos tipos de manifestações artísticas contemporâneas. O curioso é reunir artistas tão distantes fisicamente, com propostas e pesquisas variadas, no mesmo ambiente, mantendo sempre a harmonia da mostra.

 

Não posso deixar de homenagear o artista brasileiro Ivens Machado, falecido este ano, considerado um dos expoentes da nossa escultura contemporânea. 

 

Dentre os artistas estão Anna Oswaldo Cruz e Bel Pedrosa, que usam fotografia como suporte. Anna vive em Barcelona há 20 anos, e realizou dois projetos no Rio recentemente. Um para a Biblioteca Nacional e outro para a Fundação Oswaldo Cruz. Os trabalhos selecionados, porém, foram feitos no início de 2015, já produzidos em outra série. Bel Pedrosa, por outro lado, usa fotografia para ressaltar a geometria por onde passa, sem interferência alguma, transmitindo uma tendência neoconcreta.

 

Alice Quaresma, representada pela galeria há 5 anos, também usa fotografias como suporte, mas cria intervenções em cima destas, com figuras geométricas, modificando a imagem original. Sua estética assemelha-se ao trabalho de Steve Karlik, que ao reencontrá-lo recentemente após 20 anos, vi que suas formas de pinturas evoluíram através de fotografias impressas em formatos concretos e geométricos.

 

 Além de Julio Villani, artista representado, que faz intervenções geométricas em cima de documentos antigos e materiais achados em mercados de pulga espalhados por Paris, onde vive, a mostra também incluirá obras de Marcos Brêtas. Esse artista que também reside na capital francesa, segue a tendência neo-expressionista e seus trabalhos atuais têm como principal objetivo reaproximá-lo da cena artística brasileira, depois do artista ter saído do país na década de 1990. 

 

A artista norueguesa, Marte Bjørndal, que vive entre Rio e Oslo, possui um traço forte, figurativo, que oscila entre o sombrio e o solar, que a diferencia dos trabalhos da nossa cultura. O último artista integrante, porém não menos importante, foi Elvis Almeida cuja pintura possui uma linguagem expressiva e bem contemporânea, nesta série em pequenos formatos. 

 

Ao mencionar apenas alguns dos artistas, convido o visitante a criar suas próprias conexões, e incluir seu próprio entendimento sobre cada obra de arte. Manifestar os sentimentos mais profundos e mais variados através da arte é um dom único que deve ser celebrado.

 

Apresento os artistas do MANIFESTO: Adriano de Aquino, Alice Quaresma, Alice Shintani, Amalia Giacomini, Anna Maria Maiolino, Anna Oswaldo Cruz, Antonio Bokel, Beatriz Carneiro, Bel Pedrosa, Daniel Senise, Daniela Antonelli, Duda Moraes, Eduardo Sued, Elisa Bracher, Elvis Almeida, Enrica Bernardelli, Fabricio Lopez, Gabriela Machado, Gisele Camargo, Ivens Machado, Jaqueline Vojta, Julio Villani, Luiz Monken, Marcia Thompson, Marte Bjørndal, Marcos Brêtas, Marcus André, Marta Jourdan, Miri Felix, Raphael Couto, Regina de Paula, Raymundo Collares, Robert Kelly, Roma Drumond, Steve Karlik, Vânia Mignone.

 

  Mercedes Viegas

Dezembro de 2015

 

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