José Roberto Bassul | SIZA E OSCAR: DIÁLOGOS ALÉM-MAR | 09.05.24 > 15.06.24
José Roberto Bassul | SIZA E OSCAR: DIÁLOGO ALÉM-MAR
curadoria: Marcia Mello
exposição: 9 de maio > 15 de junho
A Galeria Mercedes Viegas tem o prazer de anunciar a primeira exposição individual na galeria do fotógrafo e arquiteto José Roberto Bassul, "Siza e Oscar, diálogos além-mar”.
A exposição, que acontece simultaneamente na Ilha da Madeira, Portugal, reúne quatorze fo- tografias em preto e branco, e abriga uma conversa geométrica entre os arquitetos Álvaro Siza e Oscar Niemeyer. Como nos conta a curadora da mostra, Marcia Mello, a exposição "reúne por- menores de duas edificações: a Fundação Iberê Camargo em Porto Alegre e o Hotel Pestana Casino Park na Ilha da Madeira. O fotógrafo busca similitudes entre as obras de Álvaro Siza e Oscar Niemeyer ao constatar que o arquiteto português tem apenas uma obra no Brasil, assim como o arquiteto brasileiro tem apenas uma em Portugal. Imbuído do lirismo dessas duas con- struções e de sua capacidade de conceber o intangível, Bassul constitui um arquivo imaginário de simetrias.”
Sobre o artista:
José Roberto Bassul (Rio de Janeiro, 1957) vive em Brasília. Arquiteto e fotógrafo, foi indicado ao Prêmio PIPA 2024, recebeu diversos prêmios relevantes, entre os quais o 1° lugar no 10° Prix Photo AF 2021, o Prêmio América Latina do FotoRio 2020, e o 1° lugar em sua categoria, por três vezes, no respeitado International Photography Awards – IPA, no qual é o mais premiado fotógrafo brasileiro. Publicado no Brasil, França, EUA, Inglaterra e Itália, seu trabalho tem sido frequentemente exposto em festivais, galerias e instituições culturais, em treze mostras individu- ais, no Brasil e no exterior, e dezenas de exposições coletivas, nacionais e internacionais. Suas obras integram os acervos permanentes do Museu Nacional da República, em Brasília, do MAM – Museu de Arte Moderna (coleção Joaquim Paiva), da Coleção Diário Contemporâneo, em Belém, do Museu da Fotografia, em Fortaleza, do IMS – Instituto Moreira Salles, em São Paulo, da École Nationale Supérieure de la Photographie, em Arles, e da BnF – Bibliothèque Nationale de France, em Paris.
Siza e Oscar: diálogos além-mar
“A arquitetura é o jogo sábio, correto e magnífico dos
volumes dispostos sob a luz.”
- Le Corbusier
José Roberto Bassul tem se destacado na cena artística internacional com uma fotografia autoral singular, determinada pelo deslocamento da representação do mundo concreto para o território dos sentidos. Parafraseando Le Corbusier, poderíamos dizer que sua fotografia é “o jogo sábio, correto e magnífico” de interpretação da luz disposta sobre os volumes.
A exposição Siza e Oscar: diálogos além-mar reúne pormenores de duas edificações: a Fundação Iberê Camargo em Porto Alegre e o Hotel Pestana Casino Park na Ilha da Madeira. O fotógrafo busca similitudes entre as obras de Álvaro Siza e Oscar Niemeyer ao constatar que o arquiteto português tem apenas uma obra no Brasil, assim como o arquiteto brasileiro tem apenas uma em Portugal. Imbuído do lirismo dessas duas construções e de sua capacidade de conceber o intangível, Bassul constitui um arquivo imaginário de simetrias.
Os diálogos formais propostos articulam rico encontro de elementos plásticos: superfícies, linhas, volumes, feixes de luz. Suas fotografias giram em torno da materialidade e da imaterialidade, passeiam entre silêncios e sutilezas, contundências e fortes contrastes. Evocam o movimento concretista ao identificar meios e métodos de representação do espaço, em inusitado transbordamento poético.
Como num desenho a grafite, o fotógrafo interpreta a obra de Siza ostentando suave gradação de tons, expressa em diminutos pontos que articulam nuances de cinza. Em oposição aos traços bosquejados com sua câmera, opta por contrastes intensos para representar a obra de Oscar, radicalizando a plenitude das formas geométricas. A linguagem criativa do artista concilia o moderno e o contemporâneo ao construir uma espécie de diálogo conceitual, como gosta de dizer, “entre o silêncio e a eloquência”.
José Roberto Bassul extrai identidades e dá nova vida aos volumes idealizados por dois dos maiores arquitetos de nosso tempo, unidos pelo idioma e por um repertório modernista de formas. Num exercício de interpretação livre de amarras, Bassul identifica traços - imperceptíveis num simples relance - e constrói imagens que libertam a imaginação.
Marcia Mello