hanafunda | tratado elementar de arquitetura | 01. 11. 12 > 01. 12. 12
hanafunda | 01. 11. 12 > 01. 12. 12
A galeria Mercedes Viegas Arte Contemporânea, abre na próxima 4a feira dia 31 de outubro, a 2a exposição individual da artista Alice Shintani.
Paulista, neta de japoneses, Alice apresenta a mostra Hanafuda, composta por 32 pinturas inéditas, em pequenos formatos, inspiradas nos baralhos medievais japoneses.
Cada pintura em resina acrílica sobre linho mede 50 x 30 cm e serão dispostas nas paredes da galeria em grupos de oito, como jogos de baralhos.
Durante séculos, os baralhos foram proibidos no Japão, por serem considerados jogos de azar. Para burlar a ilegalidade, as cartas dos baralhos eram criadas sem números ou letras, diferentemente dos baralhos ocidentais. Cada província possuía a sua iconografia particular, algumas de influencia portuguesa do sec. XVI.
Na exposição Hanafuda a artista propõe uma experiência silenciosa e aberta ao observador participante, convidando-o a movimentar o seu próprio repertório de idéias e a sua imaginação particular.
Dados biográficos:
Nasce SP 1971
Graduada em Engenharia da Computacao pela Unicamp
Individuais:
2011 Bakemono, Casa Triangulo, SP
2010 Sinopse, Galeria Mercedes Viegas, RJ
2009 Eter, Galeria Virgilio, SP
2008 Eter, galeria Marcelo Guarnieri, RP
2007 Quimera, Galeria Virgilio, SP
Principais Coletivas:
Tecnicas de Desaparecimento, Cuba; Rumos, SP e RJ; Nova Arte Nova CCBB, SP e Rj; oriente Ocidente, Centro Cultural SP ; Temporada de Projetos, Paco das Artes, SP Premiada 2o Concurso Itamaraty de Arte Contemporanea, 2012.
tratado elementar de arquitetura | 01. 11. 12 > 01. 12. 12
A galeria Mercedes Viegas abre na próxima 4a feira dia 31 de outubro a 1a exposição individual de Regina de Paula na galeria, intitulada Tratado Elementar de Arquitetura com curadoria de Marcelo Campos.
A exposição fala da existência humana na relação com o desejo utópico de construção, criando conexões com a arquitetura clássica, a modernista e a paisagem da cidade.
Tratado elementar de arquitetura se constitui de vídeos, objetos, fotografias e pintura reunidos em dois núcleos que problematizam a visão de Regina de Paula acerca de certas noções de espaço. O primeiro grupo se desdobra a partir de um livro que pertenceu ao avô da artista: Le vignole de poche, um tratado de arquitetura clássica, em edição francesa de 1890, baseado no estudo das cinco ordens de Giacomo Barozzio da Vignola, publicado em 1562. Sobre o texto e as ilustrações do livro, a artista sobrepõe outra arquitetura, ao realizar sobre suas páginas intervenções: desenhos ‘colados’, feitos com fita adesiva, a partir das plantas baixas e das perspectivas esquemáticas dos corredores do Super Shopping Center Cidade de Copacabana, no Rio de Janeiro. O projeto deste shopping, de autoria de Henrique Mindlin, de premissas modernistas, foi ao longo do tempo contaminado por um comércio de bricabraques, tornando-se conhecido como Shopping dos Antiquários.
Nesse âmbito, Regina apresenta dois vídeos complementares: o primeiro com imagens do livro Le vignole de poche sendo folheado manualmente, com as intervenções sobre suas páginas sendo vistas quadro a quadro. O segundo mostra imagens dos corredores e vitrines do Super Shopping Center Cidade de Copacabana, e é inspirado na fotografia que passeia pelo espaço, como os olhos de uma pessoa, tal qual o filme Ano Passado em Marienbad, de Alain Resnais (1961).
O segundo núcleo da exposição reúne obras relacionadas ao utópico desejo de construção e seu contrário. Parte-se de uma paisagem natural e urbana, ao mesmo tempo: a praia, em conexão com duas construções arquitetônicas emblemáticas, o castelo e o templo clássico. Matéria prima do ato de brincar, a areia toma a forma simbólica de um castelo, elemento simbólico da infância e recorrente na obra da artista, apresentado em fotografias. Já o templo aparece em duas miniaturas: de areia e borracha preta. Além de criar uma alusão ao estudo da arquitetura clássica do livro de Giacomo Vignola, esses templos contradizem o ideal de eternidade (com a utilização da areia) e a clareza iluminista (a cor preta).
Completa esse núcleo uma peça que sintetiza a exposição: uma construção disposta no chão,cuja forma alude a planta baixa do shopping de Copacabana, feita de pequenos cubos de areia.
Manoela Garcia