coletiva | 26. 07. 21 > 27. 08. 21
desenhos
cela luz | elisa bracher | ivens machado | raul mourão
26 de julho > 27 de agosto de 2021
A partir do dia 26 de julho, a Galeria Mercedes Viegas apresenta, por meio de visitas agendadas, a exposição coletiva desenhos. Em paleta reduzida e com foco nos traços de alto contraste, desenhos reúne trabalhos em papel marcados por nanquim, carvão, grafite e óleo em bastão. Contando com três diferentes gerações de artistas, a exposição inclui obras do acervo (décadas de 70, 80, 2000 e 2010) e obras produzidas no atual contexto pandêmico.
Em nova série de desenhos em carvão sobre papel canson datada deste ano, Cela Luz retrata a difusão de flora em contextos que variam do residencial ao desértico. Cela Luz (Rio de Janeiro, 1986) é pintora, e vive e trabalha no Rio de Janeiro. Entre 2015 e 2019, Cela morou em Nova York, onde completou o mestrado em artes visuais (MFA) na School of Visual Arts, em 2017. Em 2019, Cela realizou a exposição individual “Deixa Ventar”, na Galeria Mercedes Viegas. Entre as exposições coletivas de quais participou, se destaca: ‘Cognitive Dissidence’, com curadoria de Dan Cameron, na Ray Smith Studio (Nova York, 2017); ‘Transfiguration’, com curadoria de Carl Auge, SVA Flatiron Gallery (Nova York, 2017); ‘Partilhas, Presenças, Projetos’, com curadoria de Mario Gioia, na Galeria Blau (São Paulo, 2017); ’O Contexto da Linha’, Galeria Mercedes Viegas (Rio de Janeiro, 2018); ‘Elas por Elas’, Galeria Mercedes Viegas (Rio de Janeiro, 2019); ’Pequenos Formatos’, Galeria Mercedes Viegas (Rio de Janeiro, 2019); ‘Breves Narrativas de Sonhos’, Casa da Luz (São Paulo, 2020).
A artista Elisa Bracher participa com dois desenhos em grande formato a bastão oleoso, tinta para gravura em metal e verniz sobre papel arroz, um datando de 2007, e outro de 2014. Elisa Bracher (São Paulo, 1965) é escultora, gravadora, desenhista e fotografa. Formou-se em artes plásticas pela Fundação Armando Alvares Penteado – FAAP, São Paulo, e especializou-se em gravura em metal em 1989. Em meados de 1993, iniciou a transpor para o espaço as linhas que surgiam em seus desenhos e a realizar as primeiras esculturas em madeira e em cobre. Do final da década, datam as primeiras esculturas monumentais nas quais emprega grandes toras de madeira para a realização de obras que marcam a presença da artista em espaços públicos no Rio e em São Paulo, mas também em Essex, na Inglaterra, e em Berlim, na Alemanha. As esculturas em taipa de pilão, técnica da obra exposta no pátio ao lado, já foram realizadas pela artista no jardim Museu da Casa Brasileira, na Galeria de Arte Raquel Arnaud. Atualmente, há uma escultura sendo construída em caráter permanente no Parque Villa Lobos em São Paulo. Elisa Bracher é fundadora e diretora do Instituto Acaia que recebe diariamente trezentas pessoas entre crianças, jovens e adultos, habitantes da favela da Linha e da favela do Nove na cidade de São Paulo.
Ivens Machado participa de desenhos com dois desenhos combinando substâncias gasosas e objetos industriais em nanquim e grafite datando de 1971, e dois recortes em papel pautado datando de 1971 e 1980. Escultor, gravador e pintor, Ivens Machado (Florianópolis, 1942) estuda gravura na Escolinha de Arte do Brasil (EAB), no Rio de Janeiro, e é aluno de Anna Bella Geiger. No início da década de 1970, realiza obras em papel, utilizando materiais como folhas pautadas ou quadriculadas, nas quais realiza interferências. Em 1974, faz sua primeira exposição individual na Central de Arte Contemporânea, no Rio de Janeiro. É premiado em 1973 no 5º Salão de Verão do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), com a instalação Cerimônia em Três Tempos. Ivens Machado participou de duas Bienais do Mercosul (1997 e 2003), da Nouvelle Biennale de Paris (1985) e de cinco edições da Bienal Internacional de São Paulo (1974, 1981, 1987, 1994, 2004).
A série “quarentena corona” (2020), de Raul Mourão, reúne doze desenhos em nanquim e papel que misturam devaneios abstratos (alguns que nos remetem às esculturas cinéticas do artista) a dados referentes aos primeiros meses da pandemia. Raul Mourão (Rio de Janeiro, 1967) cria esculturas, pinturas, fotografias, vídeos, instalações e performances desde o final da década de 1980. À época, o artista faz os primeiros registros fotográficos de um elemento urbano que seria mote de sua pesquisa nas décadas seguintes: as grades usadas para proteção, segurança e isolamento em ruas do Rio de Janeiro. Nos anos 2000, sua pesquisa toma novo caminho, o das esculturas cinéticas. Mourão passa a criar estruturas que podem ser acionadas pelo toque do espectador. As obras são exibidas em exposições individuais em instituições como o Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro e o Bronx Museum, em Nova York, além de galerias em São Paulo, Rio e Salvador. Os trabalhos também integram coletivas no Canadá, em Portugal, nos Estados Unidos e na Inglaterra. Em 2017, o artista apresentou a exposição individual “In my opinion”, na Plutschow Gallery, em Zurique, Suíça. Em 2019, realizou individuais na Galeria Nara Roesler, SP, e na Galeria Lurixs, Rio de Janeiro. Em 2011, junto ao artista Cabelo, fundou o espaço cultural Rato Branko.