anoitecer, amanhecer: desalerta | 29. 09. 17 - 01. 11. 17

                                                                                                     anoitecer, amanhecer: desalerta

 Após a transição efetuada através das armadilhas visuais, com a composição dos modelos de origem abrindo caminho por um espaço de trabalho antes compacto, meu desenho atual acontece, sincrônica e diacronicamente, em diferentes planos comunicáveis.

Por exemplo: um primeiro plano, no qual são geradas proto-imagens ainda não destinadas às suas formas finais; e, uma segunda dimensão, onde o traço aparece em suas linguagens próprias.

Ao mesmo tempo, os pré-esboços vêm somar-se ao campo de ação do grafismo, o qual, anteriormente, absorvia todo o trabalho.

Na verdade, o impulso racional e emocional separou-se do simples ato de desenhar.

De maneiras independentes, embora conjuntamente, os modos de compreensão e o gesto orientado constroem cada objeto esboçado e configurado.

Analogamente, vamos além da unidade fechada das paisagens abstratas (das tonalidades em carvão) e dos entrelaços característicos das armadilhas, das quais o olhar busca livrar-se.

Agora, os controles motores e visuais são conduzidos pelas motivações de modo a criarem figuras dinâmicas com espaços definidos.

Mas, também podemos dizer, de forma aparentemente contraditória, que as próprias composições preparam os meios físicos e, mesmo, conceituais para a tarefa que virá trazê-las à luz.

Este fato revela a nova importância que passa a ter o desenvolvimento de tais figurativos no andamento do trabalho.

Lembremos, ainda, que os desenhos não partem mais de modelos prévios, mas procedem de pré- esboços, de esboços de esboços.                                                                                                                                 

28 de setembro de 2017.

Marco Veloso

 


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